Armaduras de vidro

Reluzia belo e digno o (teu) amor quando (eu) pensava a angústia fruto daquele manto de fios incandescentes. Jamais o (meu) consentimento em julgar covardia...
... antes de saber outro manto - negro?, d'ouro? - acompanhando o colorido de mentes que em sua escuridão conversam por subjetividades vitais - e demasiadamente tolas.

(2008?)
Abundância de medo em minha alma.


Obra: O Grito, de Edvard Munch

Pactuados num reconhecimento fragmentado


Não dissimulam, as breves palavras desconexas.
Teu olhar é que deseja mergulhar ultrapassando o limite permitido. Não são pronunciadas as percepções que fariam qualquer ser humano mais dócil, cumprindo o quase que dever de abraçar: como desculpa e como forma de enxergar tanto quanto... mas acredita, se puderes, a mágoa é clara e o teu olhar expõe à lupa microscópica a perda do brilho quando a devolutiva é o silêncio.
Dispensa-se o pedido de perdão neste vazio, e o dissimulado não ilude expondo seu olhar: ele te  vislumbra à medida que a fluidez oscila sobre as próprias incompreensões.

Respostas acessíveis são veladas, inacessíveis. E tu jamais exigirá palavra não pronunciada  só espontaneamente.
A dissimulação e as respostas de vazio são sinceramente a tentativa de manifestações mais claras do que qualquer verbalização.
Escuta atento... a maré não afoga o nadador, apaixonado e aflito, pretende apenas manter o barco a navegar...
Meu coração foge de si mergulhado num barrio de rum.

Estado

Eu, ausência,
tenho no peito um fundo oco e nada além; no pensamento igual, 

sou! Ausência.
Espaçosa tristeza a que sinto:
toma minha paz, minha canção, meu lugar.

Ensaio manter o tato, ficar no salto, preservar a beleza do rosto
(desejando mascarar a opacidade do olhar).



Minha alma traz a séria realidade do Nada, pede que eu traga limpidez ao alvoroço instaurado no silêncio que a compõe...


eu grito!
Ele, 
meu corpo, ressoa o lamento cru e malcriado da mente.


Guardiã
(08.08.2011)
Imagem: filme Into the Wild

Românicos

Jamais um corpo desintegrado reconstituiu-se tão involuntariamente; os arquitetos mais magníficos não puderam elaborar linhas assim suaves, intensas, fortes, impactantes.
Incompreensivelmente, o criador ateia fogo à coesão; a ruína que sobra é levada pelos sopros do vento; a alma agarra-se ao inimigo, nua e rechaçada...
alma adoentada!
A energia dos deuses não chega aos corpos destituídos de si, ensinam os sábios guardiães de mente iluminada.
O mais puro pó que já se pôde ter da terra que cuida; a partícula mais saborosa que jamais se soube existente;  a alma mais satisfeita de um físico perdido foi desprezada.

Guardiã
(01.08.2011)
   Teu amigo mais semelhante instiga:
   - "Eu nunca joguei futebol direito, nunca tive uma banda", nunca fiz isso ou aquilo, "mas eu fiz algumas coisas!"
   Crueldade! Entremeadas a essas declarações, que são realmente afirmações de que tenta mais do que qualquer coisa viver e ser livre de desejos, sentimentos, movimentos, (específicos todos esses!), faz compreender que não pode facilitar para que tu faça algo da vida ou que sinta prazer e certeza para insistir enquanto angustia e abomina toda e qualquer mostra de vida (a falta dela, sinceramente).
   E então começa um longo período em que tu tem de se libertar! De um modo que requer suar pelo maior (e pior) esforço, sangrar as mais dolorosas internalidades, externalidades também.
   Mal desconfiava ele que foi tua prisão a responsável pela distância entre os dois - e esta, sempre a facilitadora da aproximação e fascinação... mal sabe ele do teu lento e efetivo (afetivo) envolvimento. 
   Por tudo, ele não compreende; és tu a maior responsável pela descrença dele quanto ao teu sentimento. És a maior responsável pela incrível semelhança entre suas almas; responsável por certeza e engano se confundirem nestas mentes.
   Ele é peça chave da tua libertação. Teus lances de fuga e aproximação resultaram das tuas alucinações (como explicar melhor?), movimentos que te esculpiram demasiadamente estranha!
   Ele te fez buscar a liberdade de ti mesma, desvencilhar-se das amarras de toda ordem, ser capaz de carregar a própria vida e dizer:
   - ... eu fiz algumas coisas.
   Agora, finalmente as mentes gritam: "não, não foi suficiente."
   E todo o significado possível não existe; tens de arranjar outro. E sempre parece tarde demais.


Guardiã
Imagem: Google

Questionamentos

O que faz um Ser, desse tipo raro e verdadeiramente humano, demasiadamente, sentir saudade, desejo de regressar, de estar, de pertencer a algum (algum, qualquer!!!) lugar? Questionamento dolorosamente exaustivo(!): intensifica a falta, a carência, o desamparo, a solidão da alma que queria paz.

Compreende a angústia que assalta? Acuda e aplaca a dor que não tem nome nem localização. Colabora para o desafogo...

Guardiã
Há uma inconstância na tranquilidade, que é também uma certeza. Existe a certeza capenga dos bonecos de madeira e articulação frágil que desmontam sobre si mesmos a qualquer toque não previamente calculado por suas sonoras mentes.
O cultivo da fascinação por caixas de Pandora mantém o encantamento sem prazo e o seu zelo, pelo tempo todo em que ninguém revelar seu conteúdo. Conservá-la lacrada - mesmo que o lacre seja o respeito e a crença de que ali há algo apenas sentimentalmente depositado - tem de ser a tarefa mais fácil e mais estimulante para que se permaneça, por tempo indeterminado...
Conteúdos revelados de seu sagrado perdem o mistério neste mundo; e difícil é ter a certeza para continuar ao lado de uma caixa que exige seu conteúdo constantemente reposto.
A tranquilidade é o mistério!

Guardiã

Gigantes

Com fala em prosódia de quem dialoga com a maior das certezas e tranquilidade, voz firme, a menina explica à mãe que "os gigantes são enormes":
- Sim, os olhos são do tamanho de árvores! - afirma convicta; e faz uma pausa no discurso, qual provoca apropriada a um momento de reflexão.
- E os pés do tamanho de carros! - continua, definindo as proporções.
E o incrível mundo de gigantes, criado e alimentado pela menina tão miúda, e que dentro dele não se perde, continua sem que eu possa acompanhar. Meus ouvidos já não alcançam sua voz. Ou não alcanço e não compreendo suas proporções?
Junto à mãe, ela segue articulando o (macro)território. No entanto, sem que eu possa escutar sequer uma vez a voz daquela. À mãe deve ser restrito o acesso aos domínios da pequena, não consegue ser gigante: se perde, não acompanha os passos e aquele mundo é demasiadamente grande para seus pés de tamanho convencional.

Guardiã
(01.03.2011)
Me afogo na fenda da falta de palavras enquanto o meu corpo desembaraça-se, parestésico. Exponho-me à austera energia na tentativa de que raios perpassem a carne e aqueçam o que definha impacientemente.
Fito: os degraus da escadaria conduzem à escuridão límpida - e eu desço internamente cada centímetro com o prazer de quem antevê uma paz tranquila.
O sol se impõe com claridade que cega: bate num escudo que, feito espelho, entre minha pele e o mundo, joga a energia para longe - e ela explode! Falta o toque e eu congelo com o consentimento do que deveria prever vida.
Ondulando, outro vem, quase primo irmão da energia que não emano, passa sobre a superfície da lagoa e provoca perturbações aquíferas, oscila as árvores e leva aos ares a matéria leve.
Vento que por mim passa rasteiro, ultrapassa a barreira espelhada, toca terminações nervosas e congela-as ainda mais!
Trapaceiro, não leva embora a alma morta. Abraça por completo cada célula à flor da pele e esquece de matar o que não congela em cristal e nem aquece: PERMANECE: parestésico!

Guardiã

Primero ato:
Um círculo de ar que, tão quente, eleva, mas envolve o corpo e faz o peso extremamente denso, e demais às vezes. Energia desproporcional para uma alma que desvenda tudo comedidamente!

Segundo ato:
Ela se habitua e começa a aceitar como se um sentimento tão direito; e gosta!

Guardiã
Imagem: Michael Kenna

Sente um ácaro corroer as fibras que mantêm aparente a paz diante dos raios que afagam com força latente e furiosa o tecido leve da alma - que paz é essa que salva do desamparo e mantém o corpo fiel ao devir?

Guardiã
Imagem: Michael Kenna

Foco


Ela não entende seu peso, por que sua forma esguia, o pensamento fluido, a mente calma, o pedido solto e descompromissado, ainda que puro e único, mesmo que confuso, reflitam assim disforme.
Ela não exige balança nem régua à tua chegada, acredita na tua máxima entrega quando te apresentas. Ela sabe das bagagens que tua alma traz, no entanto, deixa que tu decidas a hora de abraçar qualquer novo perfume.
O silêncio dela confundiu desejos e escondeu seu medo num fundo calmo de profundidade tola. Teu silêncio contou mentiras de sinceridade incorruptível.
Entre silêncios, seu corpo era pesado demais. De tão leve e cuidadosa no andar, o mínimo espaço de apoio concentrava toda energia do corpo. Ela não percebeu as rachaduras da face que tu sustentava e uma medíocre pluma descentralizou o mais puro já sentido.
Compreendê-la, ou ao menos aceitar sem medo seu aconchego, talvez requeira que tu prove seus óculos, vista seu corpo e, então, ande por onde há cor e por onde há nada; que te sente perante a infinita paisagem e deixe teu pensamento fluir. Permita-te observar, em ângulo guiado pela sensibilidade dela, o menor movimento à tua frente:
Olha com os sentidos

Guardiã
Descer lenta e silenciosamente pelos desfiladeiros mais verdes do meu interior. Não há seca, ou ela não atingiu as superfícies suburbanas da matéria. E não há ventos que arranquem a cobertura do corpo tão facilmente. O gosto é fresco e empurra para a verdade mais sensível e intragável.

Guardiã

Estranheza

Perda do Norte em meio a um continente gelado. Nasceram flores sobre o gelo e árvores secaram na floresta. Os pássaros semeiam os frutos e a terra é sertão. O sol brilha por entre núvens e o calor aquece o corpo exausto.

Aguardar pela certeza é mediocridade; se não bastasse, a irresolutibilidade dos planos traçados pela metade cativa e manipula a vontade. Novos brotos tocam as moléculas de ar e é claro que merecem total entrega da luz. A morte não vinga, deixa lembranças. Novos bastardos anunciam acalento, entretanto, resultam incompreensão no canto. Estranho sentimento em vinco na pele acentua tamanha tristeza, some e deixa rastros que se desfazem constantemente.

Guardiã

Do novo ano ou à pergunta: Tu diz essas coisas para eu ficar preocupado contigo?!

Foda-se!
Quem um dia quiser que sintam pena de si, já morreu há muito. É como pedir afirmação de valor quando já se caracteriza nula. Abominável o dia em que fingir fraqueza e não despertar para vestir a própria roupagem.
Fodam-se os teus votos de fim de ano: feliz todos os dias pra ti!
Não devo votos de felicidade pelo resto da eternidade.

Guardiã

Sobrevôo o meu compasso a procura de corpo tão material quanto o vácuo. Eu apalpo pensamentos que deslizam, como equilíbrio em musgo, para a incoerência.
Admito que detenho o leme e conduzo almas que se encaixam como cabeças de bengalas, uma a uma, numa fila ordenada pelo segundo que se acaba a cada oportunidade individual. Cabeças de bengalas asseguradas pelo andar do cronômetro, formando vagões de beleza. E tão intoxicados de leveza.
Bússula, constelação ou trilha férrea, minha mente brinca em projeção vertiginosa quando da escolha de qualquer rota.

Guardiã

Filé acompanhado de uma graduação mínima de 13%

Pede socorro no máximo da auto-suficiência, lamenta mentir a verdade que sente. Pudesse falhar no controle dos gritos que o peito, o ventre, a pelve sufoca, seria mais fraco, mais fácil, mais leve. Mais dependente e verdadeiro: aos olhos do mundo. Patético perdedor, sim.
Aborto palavras em gritos anuladores do valor radiante que apenas a intimidade permite. Libertador seria perder o domínio. No entanto, de modo a gritar inaudivelmente. Não tenho o desejo das palavras belas, queria apenas encerrar com tudo e deixar que todos os sorrisos de hoje continuem sem interferência.
  Corre um rasgo internamente que cicatriza a medida que ascende pelas entranhas púrpuras para depois realizar a viagem contrária e lembrar que, quanto mais fundo, mais real. O grito deve ser corpóreo, desprovido de sentido óbvio. Não quero interpretações.
  O corte é fundo e jorra crônico, mas excessivamente lento para que justifique a poça de vinho, acompanhante da carne tenra. O silêncio é ensurdecedor e a manifestação está presa em uma câmara de gás, morrendo lentamente sem perceber.
Guardiã

Quando eu me desfizer de toda ânsia com bela cobertura, da seguridade das paredes de mosaicos coloridos e já delineados milímetro a milímetro na mente calma, poderei então exigir tua promessa de seguir o salto no vácuo deixado por meu corpo no ar, na terra, no mar, na imatéria de qualquer criação quântica.

Guardiã
És capaz de fechar os olhos e sentir na memória do corpo um momento em que ele extasiava energia e te sublimava?
Meu corpo tem cravada a lembrança última: entre paredões rochosos imponentes.

Ele fluía num espaço vácuo. Quero outras mais frescas.
Larga o corpo, apaga a luz e qualquer auto-controle...

Regressar à gênese das necessidades é o que dá sabor, mas boicota o cérebro que reina sobre as vozes das falanges.

Guardiã

Socorra o que o teu abraço envolve. Permaneça julgando-me sã e capaz de subir à superfície sozinha. Somente esperas que exatamente assim aconteça.
Se tua mente deseja que tal suceda, assim até o fim irás receber minha permanência neste mundo que precisa da tua ajuda para continuar em rotação.
Intermináveis circulares acalentam tua alma cansada. Vai, busca prazer no que te convém.
Quando notares que pulei alto e do alto da ponte, acredita que planei em meu âmago e cheguei a sentir a melhor e mais pura sensação:
no tempo de segundos mais rápidos do teu metrônomo e mais abarrotados em meu corpo.
É claro que a liberdade dispensa asas!
Eu terei realizado o melhor por mim; e emanado a mais pura energia para um mundo carente.

Guardiã
Fotografia: Golden Gate Bridge

Em tempo

Incontidos, teus braços acolhem.
Colo, ventre, pernas, pés também.
Corpos em emaranhado perfeito: sensivelmente no toque alcançam o equilíbrio de êxtase e tranquilidade absoluta. Me falta neste momento.
E antes.
Despertastes algo bom em mim. Apraz-me o eco.
Eco feminino erótico liberto,
transitou pelo corpo como a habilitar-se ao prazer conjunto:
Esgotamento triste.

Acabe a época das flores, rogo.
Há tempo ainda de retomar o rumo errado.

Guardiã

Instante

Quando a vida é o tempo-espaço da morte e a morte é o tempo-espaço da vida:
Quem sabe que vive? Quem sabe que perambula pela eternidade?
Não serão morte e vida habitantes do mesmo tempo-espaço, exigindo que cada criatura decida, ou antes se dê conta, perceba, qual mundo habita?!
Impróprio de julgamento é o sujeito que espreita confuso, encantado, dormente, angustiado, sereno a morte chegar à cova de outra criatura demasiadamente bela para se afogar dentre a multidão de falsa humanidade.
Que espreita naturalmente e acompanha admirado o desfecho que queria para si, que queria sinceramente desviar do destino doutro - mas que não lhe pertence.
Limites tênues mentêm o socorro possível e se desfazem quando o tempo-espaço não precisa mais ser definido. Seja o que for, afinal, vida e morte libertou e recebeu:
De corpo e alma mortos (em vida ou em morte) surgiu o grito que se propõe libertador.

Guardiã

Sinergia

Tu sabes que contenho o gesto, o toque,
que liberto teu corpo, teu âmago.
Pensas ter medo do que desconheces em mim e da inexatidão que te ofereço - no entanto, tens medo é da surpresa que tem gênese em ti, do torpor pela ausência de regras, do reino de arquitetura imperfeita. Magnífica.
Envolta em meu mundo paralelo, vejo-te em sorrateiro afastamento. Andarilho de horizontes mil, tu somes à ressonância de qualquer chamado. Receberia-te com gestos e toques precisos, deleitaria meu corpo como que para dissolver-me entre teus poros e alcançar o mesmo centro prazenteiro.
Foges do impalpável, decides pela facilidade; entregou-me lembranças de boa noite e te embrenhastes entre os braços de um cais seguro. Justiça. De mim exiges outra lida hoje: a desistência bateu à minha porta; resistiu e atravessou diversos portões através de jardins que zelam pelos recantos mais belos daqui. A fortaleza sucumbe ao desinteresse aparente, o acaso engana o desejo, a descrença abala o amante, o cansaço desaquece o estímulo.
Reclusa, a dedicação preciosa cede à distância. A mente nega, conduz o corpo aos terrenos mais planos, recolhe o susto, retira o caos. Acabou-se o êxtase possível de um choque certeiro e pré-dito.
A mente nega o ímpeto. O corpo clama por vida que venha sorrindo prazer.

Guardiã
Almejo o valor deste pouco. Também um suspiro significado, a razão para esperar pelos próximos e continuar sentindo Nada. Imploro por ar intoxicante para saber que posso (ou não) encontrar o outro lado nesta ilha de lunáticos. Preciso da lupa; está difícil demais encontrar sinais que valham as feridas.
Guardiã

Entre os lençóis tramados com fios de aço, tenho a cabeça e o corpo como campo eletromagnético. Liberto o mundo dos poços ecoantes e dos limites inalcançáveis aos pés que anseiam por estabilidade. Deixo-me devorar entre sombras e campos condutores para que a fantasia do mundo sobreviva o quanto suportar. Descargas mortais revigoram meu corpo com suas correntes, preservam a tez intacta que guarda o eletrizante campo inaudível.

A fantasia terá de achar novo corpo
Contenho silentes muitas exigências de abandono, não afirmo a permanência
Não creio no valor da sobrevivência

Guardiã

(...) ensaio do incitamento, inconcluso! (...)

Crashshshhh...

Momentaneamente a respiração se fragmenta e a visão se opacifica.

...o som ecoa em suas entranhas num tempo ainda além, graças ao perene vazio residual. Distante da realidade insistente, vaga e macrodimensional, olha ao lado e percebe farelos jorrando em câmera lenta da boca do sujeito de dentes brancos e beiços rosados. Chegam às suas orelhas gritos desesperados; talvez indistinguíveis pedidos ou lamentos. Os pés, abalados pelo tremor de segundos antes, buscam o contato total com o chão. Os cílios alfativos se eriçam com um novo e desagradável odor.

Os episódios apnéicos e a visão espessa anunciam ao corpo a sua presença. Ou tentam.

Guardiã