Teu amigo mais semelhante instiga:
   - "Eu nunca joguei futebol direito, nunca tive uma banda", nunca fiz isso ou aquilo, "mas eu fiz algumas coisas!"
   Crueldade! Entremeadas a essas declarações, que são realmente afirmações de que tenta mais do que qualquer coisa viver e ser livre de desejos, sentimentos, movimentos, (específicos todos esses!), faz compreender que não pode facilitar para que tu faça algo da vida ou que sinta prazer e certeza para insistir enquanto angustia e abomina toda e qualquer mostra de vida (a falta dela, sinceramente).
   E então começa um longo período em que tu tem de se libertar! De um modo que requer suar pelo maior (e pior) esforço, sangrar as mais dolorosas internalidades, externalidades também.
   Mal desconfiava ele que foi tua prisão a responsável pela distância entre os dois - e esta, sempre a facilitadora da aproximação e fascinação... mal sabe ele do teu lento e efetivo (afetivo) envolvimento. 
   Por tudo, ele não compreende; és tu a maior responsável pela descrença dele quanto ao teu sentimento. És a maior responsável pela incrível semelhança entre suas almas; responsável por certeza e engano se confundirem nestas mentes.
   Ele é peça chave da tua libertação. Teus lances de fuga e aproximação resultaram das tuas alucinações (como explicar melhor?), movimentos que te esculpiram demasiadamente estranha!
   Ele te fez buscar a liberdade de ti mesma, desvencilhar-se das amarras de toda ordem, ser capaz de carregar a própria vida e dizer:
   - ... eu fiz algumas coisas.
   Agora, finalmente as mentes gritam: "não, não foi suficiente."
   E todo o significado possível não existe; tens de arranjar outro. E sempre parece tarde demais.


Guardiã
Imagem: Google

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