Foco


Ela não entende seu peso, por que sua forma esguia, o pensamento fluido, a mente calma, o pedido solto e descompromissado, ainda que puro e único, mesmo que confuso, reflitam assim disforme.
Ela não exige balança nem régua à tua chegada, acredita na tua máxima entrega quando te apresentas. Ela sabe das bagagens que tua alma traz, no entanto, deixa que tu decidas a hora de abraçar qualquer novo perfume.
O silêncio dela confundiu desejos e escondeu seu medo num fundo calmo de profundidade tola. Teu silêncio contou mentiras de sinceridade incorruptível.
Entre silêncios, seu corpo era pesado demais. De tão leve e cuidadosa no andar, o mínimo espaço de apoio concentrava toda energia do corpo. Ela não percebeu as rachaduras da face que tu sustentava e uma medíocre pluma descentralizou o mais puro já sentido.
Compreendê-la, ou ao menos aceitar sem medo seu aconchego, talvez requeira que tu prove seus óculos, vista seu corpo e, então, ande por onde há cor e por onde há nada; que te sente perante a infinita paisagem e deixe teu pensamento fluir. Permita-te observar, em ângulo guiado pela sensibilidade dela, o menor movimento à tua frente:
Olha com os sentidos

Guardiã