Sinergia

Tu sabes que contenho o gesto, o toque,
que liberto teu corpo, teu âmago.
Pensas ter medo do que desconheces em mim e da inexatidão que te ofereço - no entanto, tens medo é da surpresa que tem gênese em ti, do torpor pela ausência de regras, do reino de arquitetura imperfeita. Magnífica.
Envolta em meu mundo paralelo, vejo-te em sorrateiro afastamento. Andarilho de horizontes mil, tu somes à ressonância de qualquer chamado. Receberia-te com gestos e toques precisos, deleitaria meu corpo como que para dissolver-me entre teus poros e alcançar o mesmo centro prazenteiro.
Foges do impalpável, decides pela facilidade; entregou-me lembranças de boa noite e te embrenhastes entre os braços de um cais seguro. Justiça. De mim exiges outra lida hoje: a desistência bateu à minha porta; resistiu e atravessou diversos portões através de jardins que zelam pelos recantos mais belos daqui. A fortaleza sucumbe ao desinteresse aparente, o acaso engana o desejo, a descrença abala o amante, o cansaço desaquece o estímulo.
Reclusa, a dedicação preciosa cede à distância. A mente nega, conduz o corpo aos terrenos mais planos, recolhe o susto, retira o caos. Acabou-se o êxtase possível de um choque certeiro e pré-dito.
A mente nega o ímpeto. O corpo clama por vida que venha sorrindo prazer.

Guardiã

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